domingo, 26 de abril de 2009

madrugada

4:00 a.m. Ela abriu a persiana e foi pra sacada. ali, bem em frente, a maior estrela que aparecia no céu: retinho nela, a mais brilhante. algum sinal? ah, não pensa tanto em estrelas.
Ficou em pé, calada, ouvindo o silêncio da noite. A única sacada habitada do prédio na madrugada. Todas as outras, de todos os outros prédios, vazias. E escuras.
Do lado esquerdo, a escuridão medrosa. Do direito, a rua... poucos carros cruzavam. A guarita do porteiro do estacionamento iluminada, sem ninguém dentro. o que será que as pessoas fazem as quatro horas da manhã? tantos dormindo. e quantos sonhos!! outros em abraços e aconchegos... com seus amantes, amados, namorados. alguns trabalhando na noite fresquinha - talvez perigosa. muita gente cheia de ânimo em baladas. outros em porres e em zigue-zague pela rua... algum casal se conheceu hoje. quanta expectativa! os livros dormem na praça. e tem alguém passando fome. a senhora da venâncio deve estar num sono tranquilo. algum policial dormindo em viatura. alguém se quebrando em pontapés ...
Ouve uma música. Não, não é nenhum tipo de rock, muito menos eletrônica. Instrumental. Por instantes, isso a trouxe paz. de onde vem ese som? um tanto distante, vem de algum dos apartamentos dessa imensidão de prédios, a essa hora silenciosos. nem tentaria descobrir. a música continua, melodiosa, apaziguadora. o vento, gelado. quantos mais estariam em uma sacada, pensando no que o mundo faz a essa hora da madrugada? impossível encontrar resposta. respira. suspira.
4:27 a.m. fecha a persiana. o travesseiro e o colchão macios a aconchegam. o edredon a abraça. precisa pegar no sono.

terça-feira, 21 de abril de 2009

mal-vindo, friozinho

eu queria tanto, mas tanto esse ventinho gelado que quando chegou, tiiiiinha que me deixar desse jeito: completamente congestionada, entupida, trancada, nariz vermelho, olho pequeno, águas brotando das narinas e lágrima nos olhos a cada espirro. eu não aguento mais essa rinite.
p.s: mas, tomar um chimarrão ou um chazinho, deitar cheia de cobertas, agarradinha num abraço, ah, isso não tem preço, né ?

sábado, 18 de abril de 2009

tangos&tragédias&saudades

Então eu fui, quinta-feira, assistir àquela dupla cômica. Vindos diretamente da Sbooorrnia, esses sim sabem como arrancar e fazer ecoar as gargalhadas dentro de um recinto. É de morrer de rir a coreografia do Copérnico, a Aquarela da Sbornia, a música da verdadeira maionese e o desamor pela Ana Cristina. E o jeito que aqueles dois fazem o público interagir no espetáculo? Espetacular. Era todo mundo imitando euforicamente e com a barriga doendo de tanto rir, cada gesto das figuraças. Um coro na plateia. Além de toda arte de interpretar, esses caras ainda são músicos. Um violinista, outro acordeonista. E lá embalavam a noite para descansar das gargalhadas, com a conhecida Epitáfio, dos Titãs, provavelmente inspirada no Instantes, do Jorge Luis Borges. Foi de lavar alma de tanto rir e amenizar tudo com a tranqüilidade da canção.
Mas, aquele palco e as expressões do Hique Gomes e do Nico, o cenário e cada interpretação não me deixaram sentir outra coisa. Que saudade daquele frio na barriga por trás das cortinas, e que saudade de ver uma multidão sentada em cadeiras (não importa se eram 50 ou 450 pessoas, o coração pulava pela boca de qualquer jeito). E que saudade de jogar pra fora aqueles textos decorados, os gestos exagerados, colocar vida em cada frase. Que saudade da Lurdinha, da senhora dos ratos, do sarau literário e o soneto do amor total, do Vinicius; que saudade do Oscar Wilde e o “Loucos e Santos”. E que sensação boa olhar pra aquele palco e lembrar. Não, nunca subi naquele palco pra apresentar alguma peça de teatro. Mas me lembrou de um jeito vivo e bom.
Eu quero voltar a fazer teatro!!

terça-feira, 7 de abril de 2009

maximizou-se

alguém duvidava?
por alguns minutos eu imaginei que a Priscila ia chegar no milhão. Mas o max maximizou!
uma nota "relevante": realmente, a Priscila mostrou que não é só aquela potrancuda do post do dia 10/02. Ela tem garra, tem, pensamentos sensatos e bondade, também, mas... uma jornalista, escreve rasão, e descobre a leitura, dentro do bbb? bem, pra alguns, esse reality show até que acrescenta...
então, congratulations ao maximizado!!! (acabou a cultura inutil, prometo.)

segunda-feira, 6 de abril de 2009

em pedacinhos II

água.
no
meu
rosto

eu quero som de cachoeira, barulho de vento, soar de pássaros, brisa leve, garoa fina, temporal e cobertor, bolinho de chuva, eu quero a grama fofa, a árvore balançando, rede pendurada, os amores-perfeitos florindo, tarde ensolarada, eu quero banho quente, madrugada, nascer de sol, quero o amanhecer com ele, o ombro pra dormir na viagem, aquele sorriso...plenitude.

em pedacinhos

as vezes me sinto pedra
outras vezes semente
as vezes sou solidão
as vezes sou tanta gente...
não entrei aí pra faze-lo chorar.
não nasci pra brotar lágrimas.

'A liberdade, ao fim e ao cabo, não é senão a capacidade de viver com as consequências das próprias decisões.' (James Mullen)

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Introspecção


porque é bom olhar pra si mesmo de dentro pra fora. enxergar você e você mesmo. saber que você é responsável por tudo o que tem, por tudo o que conquista, tudo o que cativa, tudo o que ganha.

é bom saber que você olha para o seu caminho e tem planos. e se olha pra trás, enxerga que já traçou uma linha até aqui. e olhando para a frente, quer dar continuidade a ela.

é bom parar e tentar entender certas coisas. entender porque cheguei até aqui. porque estou aqui. e onde estou. é bom saber que não sou sozinha. eu carrego o mundo nas minhas costas. o mundo do meu jeito. do jeito dos nossos sorrisos. e das nossas gargalhadas. do jeito do abraço dos meus pais e da cumplicidade dos meus irmãos. eu carrego o meu mundo, e nele cabe tudo o que me pertence. é bom saber disso.